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POLÊMICA DA INSALUBRIDADE

Abilio cita Bolsonaro ao defender cortes na insalubridade e provoca reação de servidores

A fala dividiu opiniões, gerou protestos e ampliou a tensão com profissionais da saúde, que cobram a suspensão imediata do novo cálculo da insalubridade.
Abilio cita Bolsonaro ao defender cortes na insalubridade e provoca reação de servidores; sindicatos decretam estado de greve e cobram suspensão da medida

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Durante um encontro com profissionais da saúde, nesta segunda-feira (13), na Praça Alencastro, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), tentou justificar a redução do adicional de insalubridade. Ele misturou política e ideologia ao explicar o novo cálculo do benefício. Além disso, citou o ex-presidente Jair Bolsonaro ao falar do piso da enfermagem, o que acirrou os ânimos.

“Por exemplo, o piso da enfermagem foi aprovado na Câmara Federal. É uma lei, está em vigor. E quem deu o piso da enfermagem foi o Bolsonaro”, disse. Em tom de provocação, completou: “Se a maioria não gosta do Bolsonaro, é natural que a maioria não goste de mim”. Em seguida, afirmou que estava em um ambiente de “espectro político diferente”.

A reação foi imediata. Parte dos servidores respondeu com ironias; outros protestaram. Uma profissional fez o gesto do “L”, em referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prefeito interrompeu a fala e repreendeu o ato. “Não tem partido na bandeira da enfermagem. A saúde não tem partido. Vamos tratar disso com seriedade”, disse, ao tentar retomar o diálogo.

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Reações e foco da categoria

Entre os presentes, o discurso foi visto como desvio de foco. Os trabalhadores afirmaram que o encontro tratava da perda salarial causada pelo novo cálculo da insalubridade. “Ele desviou o assunto. Ninguém foi lá pra discutir política, mas pra falar sobre perda salarial. O prefeito tenta usar discurso político pra justificar o corte”, disse uma servidora que pediu anonimato. Assim, a temperatura do ato aumentou ainda mais.

Estado de greve e pressão

Mais cedo, sindicatos da saúde aprovaram estado de greve. Eles devem se reunir com o prefeito para tentar evitar a paralisação total dos serviços. A decisão veio após a Prefeitura implementar o pagamento da insalubridade com base no salário inicial da carreira. Com isso, servidores com mais tempo de serviço tiveram redução nos vencimentos. Além disso, o Conselho Municipal de Saúde pediu a suspensão imediata da medida e alertou para risco de judicialização em massa.

Contexto político e impasse

Enquanto o prefeito fala em “equilíbrio fiscal e legalidade”, os profissionais relatam unidades sem estrutura, equipamentos quebrados e condições precárias de trabalho. Desse modo, o impasse se agrava. A menção a Bolsonaro ocorreu no mesmo dia em que Abilio enfrenta forte desgaste com o funcionalismo. Filiado ao PL, partido do ex-presidente, ele tem adotado uma retórica de “gestão técnica e conservadora” para se contrapor à oposição na Câmara.

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Nos bastidores, servidores e lideranças sindicais avaliam que o prefeito tenta ideologizar o debate para mobilizar apoiadores e desviar o foco da crise nas unidades básicas. Entretanto, os profissionais insistem que o problema é salarial e estrutural. Para eles, o corte na insalubridade, somado às condições de trabalho, é “um golpe contra quem sustenta o sistema público de saúde da capital”.

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