O adiamento do início do ano letivo em Cuiabá gerou uma certa insatisfação entre pais e alunos, que já haviam se programado para a volta às aulas. O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL) anunciou o adiamento, devido a precariedade das unidades escolares municipais.
O vereador Rafael Ranalli (PL) comentou sobre a decisão do prefeito, e disse que isso traz um prejuízo aos pais e alunos, mas lembrou, que o adiamento é herança da antiga gestão, que era do então prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB).
“Sim, é um prejuízo para as famílias que já tinham uma programação. A gente, como pai, sabe que nos organizamos para deixar a criança na escola, e houve essa ruptura”, afirmou Ranalli.
No entanto, ele ponderou que a decisão foi justificada pela situação crítica de algumas escolas.
“O prefeito Abílio trouxe as provas para justificar isso. Pegou todo mundo de surpresa até pela falta de condições.”
Ranalli ainda citou que a precariedade estrutural da rede municipal de ensino não é um problema recente.
“A cidade está sem infraestrutura, gente. As escolas estão destruídas, não tem pessoal, salários atrasados. Vocês colocam isso todo dia. O que está tentando se fazer é reformar, é arrumar o carro com o carro andando”, explicou.
Ao ser questionado sobre a atuação da Secretaria de Educação diante desse cenário, Ranalli defendeu a atual gestão.
“Não, acredito que não [falta comprometimento]. É igual eu falei. Tem uma fala que achei interessante aqui ontem: é a primeira vez em anos que você tem uma ruptura governamental. Uma situação é mudada totalmente para uma posição. Então você não tem a colaboração dos gestores anteriores, você não tem encaminhamento de junção, isso tudo vai causar prejuízo para a população”, esclareceu.
O vereador concluiu destacando que, apesar dos transtornos causados pelo adiamento, a expectativa é de que o problema seja solucionado em breve.
“Infelizmente, as crianças foram prejudicadas. A gente espera que se regularize logo. Foi passado que o retorno será na segunda-feira, dia 10.”
Adiamento das aulas:
O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini anunciou o adiamento do início das aulas, ainda na semana passada. A decisão foi tomada após reunião com a presidente do Conselho Municipal de Educação, Andréa dos Santos, e comunicação prévia ao promotor de Justiça Miguel Slhessarenko Junior, diante da precariedade da infraestrutura das unidades escolares.
A precariedade estrutural também pesou na decisão. Segundo o prefeito, entre 10 e 15 escolas estão em condições insustentáveis. “Temos unidades com telhados comprometidos e caixas d’água com risco de desabamento, como a que caiu no Nico Baracat. Precisamos proteger nossos alunos e servidores, por isso é mais seguro adiar o início das aulas”, alertou.
A Secretaria Municipal de Educação, Solange Dias, garantiu que a grade curricular será ajustada para repor os dias letivos perdidos, cumprindo os 200 dias exigidos por lei. A gestão também ressaltou que avanços estão sendo alcançados, como a contratação de 1.700 Cuidadoras de Crianças com Deficiência (CADs), a garantia da merenda escolar e o funcionamento do transporte escolar.
